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sábado, 1 de outubro de 2016

Crianças menores de 5 anos são deixadas sem supervisão com seus dispositivos móveis




A falta de supervisão dos pais é mais preocupante do que o uso dos dispositivos móveis em si. Muito tempo sozinho na Web é prejudicial


Uma pesquisa realizada com pais da Filadélfia, EUA, descobriu que três quartos dos seus filhos tinham ganhado tablets, smartphones ou iPods aos 4 anos de idade e faziam uso desses dispositivos sem supervisão, completamente sozinhos.

Na pesquisa, 350 pais, que eram em grande parte de baixa renda, afro-americanos, preencheram um questionário durante uma visita ao Einstein Medical Center, na Filadélfia.

Um terço dos pais das crianças de 3-4 anos disse que seus filhos gostavam de usar mais de um dispositivo, ao mesmo tempo. 70% dos pais relataram permitir que seus filhos, com idades entre 6 meses a 4 anos, joguem com dispositivos móveis, enquanto os pais fazem trabalhos domésticos e 65% disseram ter feito isso para aplacar o mau comportamento da criança em público.

“Um quarto dos pais disse que eles deixaram as crianças usar os dispositivos digitais na hora de dormir, embora as telas brilhantes interfiram no sono. Na verdade, eles estão colocando o filho para dormir em um ambiente que os impede de ir dormir”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).

De acordo com os pais, quase metade das crianças com menos de 1 ano usa um dispositivo móvel diariamente para jogar, ver vídeos ou usar aplicativos. A maioria das crianças de 2 anos usa um tablet ou um smartphone diariamente.

“A pesquisa não é nacionalmente representativa e se baseou em dados relatados pelos pais. Mas especialistas dizem que o resultado surpreendente acrescenta robustez às crescentes evidências de que o uso de dispositivos eletrônicos tornou-se profundamente enraizado na infância”, destaca o médico.

A exposição aos dispositivos móveis entre as crianças em outros lugares não é tão diferente da que foi descrita pelos pais na Filadélfia. "Baseado na observação das famílias com as quais trabalho, eu não ficaria surpreso se estes níveis de propriedade do dispositivo e de utilização fossem semelhantes em muitas delas, em muitos locais do mundo", defende o médico, que é membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

Mais dados...

De acordo com uma pesquisa nacional americana, realizada pelo Common Sense Media, 72% das crianças de 8 anos ou mais jovens utilizaram um dispositivo móvel, em 2013, por exemplo, em comparação com 38%, em 2011.

Para Chencinski, os dados das duas pesquisas são preocupantes. “Se as crianças estão se sentando sozinhas, por horas a fio, apenas acompanhadas dos dispositivos digitais, nós simplesmente não sabemos quais são as consequências para o desenvolvimento social delas. A Academia Americana de Pediatria recomendou a abstinência  total para crianças menores de 2 anos, mas ultimamente tem suavizado sua posição. Agora aconselha fixar prazos, priorizando o que chama de não usar os  dispositivos como chupeta para acalmar as crianças. A falta de supervisão dos pais é mais preocupante do que o uso dos dispositivos móveis em si. Muito tempo sozinho na Web definitivamente é prejudicial”, explica o pediatra.

O outro lado...

Os apps, as aplicações interativas, no entanto, podem ensinar as crianças. Um estudo publicado na revista Science descobriu que alunos da primeira série que usaram um aplicativo chamado Bedtime Math com um dos pais melhoraram suas habilidades matemáticas em poucos meses.

Os pais da nova pesquisa, no entanto, relataram que seus filhos às vezes usam ​​os dispositivos para assistir vídeos e outros tipos de entretenimento passivo.

“Com fins educacionais ou não, devemos ficar atentos. As crianças estão profundamente envolvidas com a mídia eletrônica. Os cientistas devem se comprometer a fazer pesquisas para entender como somos transformados pelos meios de comunicação que usamos. E, enquanto isso, os pais ainda são os melhores intermediadores dessa relação entre homem e máquina", diz o pediatra.



 

Moises Chencinski

Site: http://www.drmoises.com.br

 
 

A criança de hoje precisa de amor e muita conversa




O nascimento de uma criança é sempre fonte de imensa felicidade para uma família. É a renovação da esperança. É a vida que se perpetua. E não há dúvida de que as crianças têm hoje mais oportunidades e mais condições de realizar seus sonhos do que tiveram as gerações passadas. Mas, se as oportunidades se multiplicam, também aumentam os desafios que acompanham cada nascimento.

O novo mundo de bem-estar e de oportunidades oferecido pela globalização e novas tecnologias também tornou mais tortuosos os caminhos para a formação de nossos pequenos, para a construção de seu caráter e absorção dos valores que conduzem à verdadeira felicidade. E aumentou enormemente a responsabilidade dos pais. Já não basta dar a vida, criar, alimentar e educar, como fizeram nossos pais no passado, acompanhando-nos nos primeiros anos de escola, no ingresso ao ensino superior e ao mercado de trabalho até o dia em que saímos de casa. De certa forma, havia caminhos predefinidos para escolher e seguir, dando mais segurança a cada passo, a cada degrau vencido. Hoje, a realidade é outra e os pais precisam se adequar aos novos tempos. Novos caminhos surgem a cada dia.

Muito antes de formarem seu senso crítico, muito antes de estarem preparadas para fazer escolhas, as crianças são diariamente bombardeadas por um mar de mensagens dispersas, mimos, modismos e novos aparelhos – num ambiente quase sempre tempestuoso, que as torna irritadiças e permanentemente insatisfeitas. Não há diversidade de brinquedos, roupas, alimentos, celulares e jogos eletrônicos que consiga satisfazê-las. O filme "Consuming Kids, a Comercialização da Infância" (2008) escancara essa realidade. Os pequenos estão influenciando o consumo das famílias e substituindo as brincadeiras de rua pelo computador e a TV, com consequências perigosas para sua saúde e formação.

É com esse permanente ‘quero mais’ que os pais têm de lidar, exigindo muita conversa, orientação e bons exemplos. Os ‘nãos’ têm de dar lugar à construção de uma amizade e a um diálogo transparente e franco em relação ao que cada lado considerar certo ou errado, como o controle ou não do acesso à internet e às redes sociais. Muitos acham que a criança não tem maturidade para estar na internet. Outros ponderam que não adianta proibir algo que lhes é facilitado pelo celular que carregam. A saída possível é orientar, construir e acompanhar.

O renomado autor japonês Ryuho Okawa tem um livro maravilhoso – Think BIG - O poder para criar o seu futuro (lançado em 2014 pela IRH Press do Brasil), – em que sinaliza a importância de se trabalhar o futuro da criança: “Se você deseja construir um futuro, precisa alimentar grandes sonhos em seu coração. Seus pensamentos determinam sua vida. Mas seus pensamentos precisam ser mais do que meras intenções. Cuide para que os pensamentos negativos não criem raízes. Tenha pensamentos afirmativos e positivos. Cuidado com as ideias que você planta em sua mente. Elas irão determinar o tom geral da sua vida.”

Uma dose redobrada de amor e compreensão se faz necessária por parte dos pais. Ryuho Okawa afirma que “o amor parece agir como uma forma de nutrição para a criança pequena. Quando o desejo de ser amada não é satisfeito, a criança reage, tornando-se provocadora e causando problemas aos outros”. Em uma palestra realizada no Japão, Okawa enfatizou que “a causa fundamental dos problemas da vida encontra-se na família, na infância, e muita gente chega à maturidade sem os ter superado. O modo de pensar e viver do indivíduo na infância é o ponto de partida, por isso tem um significado importantíssimo. Mas acontece que a família ideal, sem nenhum tipo de problema, simplesmente não existe. Toda família apresenta pontos positivos e negativos, toda família tem um ou outro tipo de problema”.

Proporcionar uma boa formação humana e espiritual às crianças é o grande desafio dos pais neste início do século 21. Que por meio do amor, do diálogo, da compreensão e busca de ajuda, se necessária, cada um descubra o melhor caminho para cumprir sua missão. É o que desejamos no Dia das Crianças.



 Kie Kume - gerente da IRH Press do Brasil, que publica em português as obras de Ryuho Okawa. Um dos autores mais prestigiados no Japão, Okawa tem mais de dois mil livros publicados, ultrapassando 100 milhões de cópias vendidas, em 28 idiomas. (www.irhpress.com.br)


sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Campanha Outubro Verde da Sociedade de Pediatria de São Paulo pela erradicação da Sífilis Congênita



Considerada um problema de saúde pública nos últimos 50 anos, a sífilis congênita é o mote central da Campanha Outubro Verde, da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) e Associação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (SOGESP). A iniciativa visa estimular ações de conscientização em prol da eliminação da doença, cuja meta é reduzir sua prevalência a menos de meio caso por mil nascidos vivos.

“Essa Campanha é de grande relevância, uma vez que a sífilis congênita faz parte de uma discussão contínua em nossa sociedade. Ela já deveria ser eliminada devido às condições plenas de diagnóstico e tratamento disponíveis à gestante. Temos um quadro atual muito preocupante, com os casos aumentando a cada ano, e precisamos fazer algo para reverter esta situação. As consequências são muito sérias para o feto, em diversos aspectos, e que podem perdurar por toda sua vida”, alerta dr. Cláudio Barsanti, presidente da SPSP.

A falta de tratamento durante a gestação é o principal fator para sua transmissão ao feto, que se dá por via placentária. Para evitar este quadro, consta no protocolo de atendimento obstétrico o rastreamento através de sorologia na gravidez a fim de identificar a presença da doença na gestante e iniciar a terapêutica o mais breve possível, em caso positivo. A recomendação é  uso de penicilina benzatina; a depender do estágio da doença, de 2 a 6 doses.

“Passamos por um problema grave em 2015-2016 com desabastecimento de penicilina cristalina no Brasil, porém, parece que esse problema está em fase de normalização. Sabemos que o desabastecimento causou grande comoção na sociedade, e esta é uma das causas que a Campanha Outubro Verde chamará atenção”, ressalta a dra. Lilian Sadeck, vice-presidente da SPSP.

Causada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis pode ser transmitida em qualquer momento da gravidez; a probabilidade de contágio varia de acordo com o tempo de exposição ao feto e do estágio clínico da doença materna. Quanto antes confirmar o diagnóstico, melhor o prognóstico e menor o risco para o bebê.

Quando a gestante, com diagnóstico de sífilis, porém não fez o tratamento corretamente durante o pré-natal, o recém-nascido deverá fazer exames de sangue (sorologia (VDRL) e hemograma), coleta de líquor por punção lombar e Raio-x de ossos  longos para identificar se houve contaminação. Caso a criança tenha o diagnóstico, ela ficará internada por 10 dias para receber antibiotico corretamente.
“Por isso, unimos esforços à SOGESP para enfatizar que os cuidados devem começar ainda na gestação, com a investigação para a doença na gestante e indicação de tratamento adequado. É a nossa melhor arma para combater a transmissão vertical”, reforça a dra. Lilian.

Entre as graves complicações da sífilis estão aborto espontâneo, natimorto, parto prematuro, má-formação do feto, surdez, cegueira, deficiência mental e óbito neonatal. O Bebê pode nascer sem nenhum sinal da doença ou apresentar : baixo peso, rinite com coriza sero-sanguinolenta, prematuridade, osteocondrite, periostite, osteíte, choro ao manuseio e obstrução nasal. Esses achados podem se manifestar no nascimento ou até os dois anos de idade.



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