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quarta-feira, 18 de abril de 2018

Sete formas de agredir o joelho sem perceber

 Especialista revela exercícios para fortalecer o joelho e evitar problemas graves, como a condromalácia patelar



Até mesmo pessoas sedentárias, com o passar dos anos, podem apresentar desgaste na cartilagem e sofrer dores nos joelhos – principalmente se estiverem acima do peso. Mas é muito comum que determinados tipos de atletas sejam mais propensos a desenvolver uma condromalácia patelar, por exemplo, no médio e longo prazo. De acordo com a fisioterapeuta Adriana Pastore, especialista em traumatologia, sete condições costumam desencadear dor nos joelhos: subir/descer escada com regularidade, usar salto alto para trabalhar, passar várias horas do dia sentado na mesma posição, além de exercícios muito comuns nas academias que exigem dobrar os joelhos repetidamente, agachamento, salto e corrida.

“A primeira coisa a fazer, quando acometido por uma forte dor no joelho, é interromper qualquer uma dessas atividades que tendem a castigar as articulações dos membros inferiores. É importante, também, tirar um tempo para descansar com as pernas elevadas, fazer gelo e compressas – além de agendar consulta com um ortopedista. Uma vez diagnosticada a condromalácia patelar, o paciente deverá seguir o tratamento à risca”, diz Adriana – reforçando que o problema não se resolve por si só.

A fisioterapeuta explica que os músculos da perna e do quadril desempenham um importante papel nos movimentos do joelho. Sendo assim, é fundamental fortalecer esse grupo de músculos para evitar que a flacidez provoque um desequilíbrio que se refletirá no desgaste da cartilagem. “Exercícios especificamente recomendados para quem tem tendência à condromalácia patelar fazem toda a diferença em termos de alívio e bem-estar. Eles visam ao fortalecimento muscular sem forçar demais as articulações. Uma boa dica é fazer elevamento de perna esticada, trocando de perna a cada vinte repetições. Com as costas encostadas na parede, movimentos leves de descer e subir, sem dobrar os joelhos, também podem ser empregados para o fortalecimento muscular – assim como as contrações dos glúteos. Mas há outros tantos exercícios liberados, como caminhadas, hidroginástica, patinação, pilates e yoga, entre outros”.

Mais recentemente, um grupo de médicos especializados em joelho estudou o uso da PST - Pulsed Signal Therapy para tratar condromalácia patelar.  De acordo com Marco Demange, especialista do Instituto de Ortopedia e Traumatologia da FMUSP, a terapia de sinais pulsáteis utiliza pulsos eletromagnéticos para tratar ossos e tecidos moles. O grupo fez um estudo duplo-cego da PST com 25 pacientes (41 joelhos de homens e mulheres com idade entre 20 e 50 anos). Os parâmetros utilizados previam avaliações pré-tratamento, três meses pós-tratamento, seis meses e um ano. “Ficamos otimistas ao constatar que pacientes com dor no joelho decorrente de condromalácia patelar apresentaram melhora da dor e dos testes funcionais até depois de um ano de terminado o tratamento – o que demonstra claramente um ganho em termos de qualidade de vida”, afirma Demange. 



SAIBA MAIS SOBRE O ESTUDO DO PST REALIZADO POR ESPECIALISTAS EM DOR NO JOELHO
O primeiro estudo científico da PST – Pulsed Signal Therapy (Terapia de Sinais Pulsáteis) no Brasil foi realizado por uma equipe de médicos especialistas em dor no joelho e por uma fisioterapeuta: Marco Demange, Riccardo Gobbi, Adriana Pastore e Silva e colaboradores. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, e financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), o estudo duplo-cego envolveu 41 joelhos e 25 pacientes (homens e mulheres com idade entre 20 e 50 anos). O protocolo da PST previa aplicações diárias durante nove dias (cinco sessões na primeira semana e quatro na segunda), com uma hora de duração. Os médicos comprovaram que a Terapia de Sinais Pulsáteis em pacientes com dor no joelho proveniente do desgaste da cartilagem da patela (condropatia patelar) apresentou melhora no período pós-tratamento, mantendo progressivamente essa melhora até um ano depois de terminadas as sessões.





Fontes: Adriana Pastore - fisioterapeuta e professora da disciplina de Fisioterapia da UNIP

Dr. Marco Demange - médico ortopedista especialista em Joelho do IOT-FMUSP

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