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terça-feira, 17 de abril de 2018

Reino Unido revisará sua meta climática


À luz da ciência, revisão poderá levar a um compromisso de emissões líquidas zero até 2050


Na manhã de hoje, a ministra do clima do Reino Unido, Claire Perry, pediu à Comissão de Mudanças Climáticas que revise a meta de gases de efeito estufa do país para 2050 à luz da nova ciência. Isso poderá levar o Reino Unido a elevar a atual meta de cortar suas emissões de gases de efeito estufa em 80% até 2050 para zero líquido.  A declaração foi feita antes da reunião dos Chefes de Estado da Commonwealth em Londres, ao lado do primeiro-ministro de Fiji, Frank Bainimarama, que foi presidente da última COP climática, em 2017. 

"Também tenho o prazer de anunciar que, após o relatório do IPCC no final deste ano, buscaremos a assessoria dos consultores independentes do Reino Unido - o Comitê sobre Mudança Climática - sobre as implicações do Acordo de Paris para as metas de redução de emissões de longo prazo do Reino Unido", declarou Claire.

No Acordo de Paris, os países se comprometeram a reduzir o aumento da temperatura média do planeta "bem abaixo" de 2 C em relação aos níveis pré-industriais e a buscar esforços para manter esse aumento em 1,5C, para evitar mudanças climáticas perigosas.  Essa meta exige que o mundo reduza as emissões de gases de efeito estufa para zero líquido na segunda metade do nosso século. 

Em 2016, o governo do Reino Unido prometeu tornar a meta zero em lei, mas nenhuma legislação nesse sentido foi aprovada ainda.  Caso adote a meta de zero líquido, o Reino Unido será o primeiro país do G7 a se comprometer a explorar o alcance do objetivo do Acordo de Paris de equilibrar "emissões antrópicas por fontes e remoções por sumidouros de gases do efeito estufa na segunda metade deste século".

“A ciência é clara: para interromper a mudança climática, temos que passar para emissões líquidas zero - e para atingir as metas de temperatura do Acordo de Paris, temos que fazê-lo por volta de meados do século”, lembra a Professora Joanna Haigh, Co-Diretora do Instituto Grantham no Imperial College London. 

“Embora a Lei de Mudança Climática do Reino Unido tenha sido inovadora em seus dias, sua meta de 80% parece um tanto inadequada; outras nações já estabeleceram metas líquidas-zero em linha com o Acordo de Paris, e o Reino Unido também deveria adotá-las”, completa.  Lord Michael Howard, ex-líder do Partido Conservador, condorda:  “A Lei de Mudança Climática provou seu valor, mas à medida que a ciência e a diplomacia avançam, ela deve ser mantida sob revisão - e as metas internacionais mais rígidas acordadas na cúpula de Paris tornam provável que a meta do Reino Unido precise ser fortalecida”.

Em sua avaliação de janeiro de 2018 da Estratégia de Crescimento Limpo do Reino Unido, o Comitê sobre Mudança Climática sugeriu que os anos-alvo para o Reino Unido atingirem as emissões líquidas zero de CO2 para 1,5C seriam 2045-2050.

Alinhar-se à ambição de 1,5 ° C também pode implicar atingir emissões líquidas de CO2 nulas globalmente até 2050, ao passo que manter a elevação da temperatura abaixo de 2 ° C significa que isso precisaria ocorrer entre 2055 e 2075.



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