Tipo de tumor ginecológico tem baixa incidência e
apresenta boas respostas ao tratamento quando diagnosticado precocemente;
Especialista do Centro Paulista de Oncologia (CPO) – Grupo Oncoclínicas alerta
sobre os principais sinais de alerta da doença
De acordo com o Dr. Daniel Gimenes, oncologista do
Centro Paulista de Oncologia (CPO) – Grupo Oncoclínicas, o câncer de ovário
possui maior incidência em mulheres acima dos 50 anos, sendo na grande maioria
dos casos não é possível identificar previamente fatores de risco que
justifiquem o aparecimento da condição. "Um dos fatores que torna esse
tipo de câncer tão agressivo é o fato de se iniciar a partir de mutações genéticas
não hereditárias que, por sua vez, alteram as características das células e
apresentam alta capacidade de se multiplicarem rapidamente, fazendo com que a
doença atinja um estágio avançado rapidamente quando não tratado", explica
.
Entre os fatores que possivelmente contribuem para
o aparecimento da doença alguns estudos sugerem que o número excessivo de
ovulações pode levar ao surgimento de tumores, sendo possível adotar como
método preventivo o uso de pílula anticoncepcional. "Esses levantamentos
concluíram que o uso contínuo da medicação por cinco anos pode diminuir em até
60% a incidência deste de câncer de ovário", diz o Dr. Daniel.
O especialista ainda ressalta que apenas 10% dos
tumores ovarianos são decorrentes da predisposição genética hereditára –
causados por uma mutação em certos genes, herdada de pai ou mãe, que pode
aumentar o risco de surgimento do tumor. "Nestes casos, é possível
realizar exames específicos de análise genética em mulheres cujo histórico
familiar deste tipo de câncer sugira a possibilidade de hereditariedade como
fator causador da condição – em especial quando avó e mãe apresentaram tumores
de ovário. Nestas situações, diante de uma comprovação da suspeita, é possível
indicar medidas como a cirurgia preventiva de retirada dos ovários, mas, ainda
assim, esta é uma decisão que deve ser tomada de forma conjunta por paciente e
médico", pontua o oncologista do CPO.
Fique atento aos possíveis sinais e aos tratamentos
O sintoma do câncer de ovário é discreto e demora a
se manifestar. Por isso, na maioria dos casos, é diagnosticado tardiamente,
quando a doença já se espalhou pelo aparelho reprodutor, dificultando o
tratamento. Quando aparentes, pode ocorrer um aumento do volume abdominal,
aumento na vontade de urinar, alterações no ciclo menstrual, dor durante a
relação sexual, entre outros.
Mesmo sendo o câncer ginecológico com maior índice
de óbito no mundo, se diagnosticado precocemente, existem altas chances de
cura. Exames como palpação abdominal, toque vaginal e ultrassom são muito
recomendados para detectar a doença e tentar reverter, assim, este cenário.
"O problema é que os sintomas, quando
aparentes, são parecidos com os desconfortos do dia a dia da mulher e, na
maioria dos casos, são deixados de lado. Por isso, é recomendado que a mulher
procure um especialista caso perceba qualquer alteração, mesmo que pareça
usual. Além disso, é aconselhável realizar os exames ginecológicos
anualmente", afirma o Dr.Daniel.
A definição do tratamento para pacientes com câncer
de ovário depende do tipo e estágio da doença. Entre os fatores analisados
estão ainda a idade e desejo de ter filhos da paciente. "A orientação
depende de uma avaliação do histórico da mulher e suas condições de saúde como
um todo. Em linhas gerais, a cirurgia ainda é o principal tratamento, podendo
significar a retirada bilateral ou unilateral do órgão - quando há a
possibilidade de preservação de um ovário e uma trompa de Falópio. A
quimioterapia pode ser indicada, dependendo do caso, antes ou após a
intervenção cirúrgica", destaca o Dr. Daniel. "A busca por gestações
após câncer de ovário deve ser discutida com o médico, já que dependerá de uma
abordagem personalizada do caso", finaliza.
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