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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Dieta à base de carbono: que delícia



O carbono é fundamental para a vida do ser humano, das plantas e dos animais, tendo em vista que ele é a estrutura das moléculas orgânicas. Assim, ele é um componente essencial de nossos corpos, dos alimentos que ingerimos, das roupas que vestimos e também do combustível que utilizamos. Nos alimentos, este elemento encontra-se presente na forma de carboidrato em pães, massas, arroz, batata, frutas e vegetais.

Durante o seu ciclo na natureza, o carbono entra constantemente na atmosfera na forma de dióxido de carbono (CO2), metano e outros gases e, ao mesmo tempo, é retirado da atmosfera pelas plantas por meio da fotossíntese, processo no qual o CO2 é absorvido e incorporado à biomassa das plantas na forma de carboidratos durante o seu crescimento.

Átomos de carbono estão constantemente sendo trocados entre organismos vivos e mortos, atmosfera, oceanos, rochas e solo. Segundo a ONU, a faixa mais superficial do solo do nosso planeta armazena cerca de 2,2 trilhões de toneladas de carbono, três vezes mais do que o nível contido na atmosfera, sendo um importante reservatório de carbono. Esse estoque é realizado por meio da entrada de detritos de plantas e animais no sistema, os quais são decompostos por organismos do solo, os quais reciclam os nutrientes e os disponibilizam para as plantas do próximo ciclo.

Os fertilizantes têm um papel relevante a desempenhar nesse processo, uma vez que são responsáveis por oferecer às plantas os nutrientes necessários ao seu pleno desenvolvimento, privilegiando o crescimento vegetal, e, com isso, melhorando a ciclagem do carbono da matéria orgânica.

Esclarecer a população sobre os benefícios dos fertilizantes para a produção de alimentos de qualidade, em larga escala e, com isso, o barateamento da cesta básica, são os principais objetivos da iniciativa Nutrientes para a Vida (NPV), lançada no Brasil há cerca de um ano.

A NPV está diretamente ligada à melhoria da qualidade de vida, seguindo os mesmos preceitos de sua coirmã e inspiradora, a Nutrients For Life, que já colhe frutos nos Estados Unidos, onde surgiu, e em outros países como Canadá, México e Colômbia. O foco não é apenas mostrar o quanto os fertilizantes são essenciais para o desenvolvimento das plantas, mas também como eles proporcionam melhor qualidade nutricional aos alimentos.


Sustentabilidade agrícola

Carlos Eduardo Pellegrino Cerri, engenheiro agrônomo e professor no Departamento de Ciências do Solo da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ), explica que as variedades de plantas com características distintas conferem melhores condições para o enriquecimento do solo em carbono, pois oferecem substratos variados necessários para que os organismos do solo possam atuar no processo de decomposição da matéria orgânica e consequente liberação de nutrientes que podem ser absorvidos pelas plantas.

“O ideal é que as plantas com características distintas sejam aportadas ao solo continuamente para que essa quantidade de carbono fique acumulada. Isso irá proporcionar sustentabilidade ao sistema produtivo. Para isso, há técnicas importantes, como, por exemplo, a rotação de culturas e o plantio direto, que conservam e diminuem a exaustão do solo”.

O engenheiro agrônomo destaca, ainda, que é possível obter maior controle da erosão dos solos a partir desses processos de estocagem de carbono.
“Os materiais orgânicos podem ajudar na estruturação do solo e torná-lo menos suscetível ao processo erosivo. Aqueles depositados na superfície, como restos de plantas, ajudam a atenuar esse processo, pois absorvem a energia cinética das gotas de chuva, que, desta forma, não incidem diretamente no solo e sim no material orgânico depositado na superfície do solo. Esse material estocado na forma orgânica afeta positivamente as condições físicas, químicas e biológicas do solo, deixando-o favorável ao desenvolvimento das plantas”, finaliza.



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