O infectologista
da Maternidade da Pro Matre Paulista, Lívio Dias, esclarece a questão
Com tantas informações e novidades diárias sobre
febre amarela, a população tem muitas dúvidas como, por exemplo, em quais casos
a vacina é contraindicada, o que fazer para se proteger dos mosquitos que a
transmitem e, principalmente, por quanto tempo a vacina é válida. O
infectologista da Maternidade Pro Matre Paulista, Dr. Lívio Dias, afirma que a
antiga orientação das autoridades de saúde era de que a vacina tinha validade
de dez anos. Porém, após uma série de estudos e pesquisas na área, a
Organização Mundial da Saúde reconheceu que uma dose da vacina
garante imunidade pela vida toda.
“A recomendação de dose única de dose única por enquanto
se aplica apenas à dose padrão. Para a dose fracionada, que equivale a um
quinto de uma dose padrão, a validade é de pelo menos oito anos e é possível
que a pessoa tenha que se vacinar novamente no futuro, estudos nesse sentido
estão em andamento”, afirma o especialista.
Confira abaixo outras dicas do profissional:
- Quais as dicas para as pessoas que não podem tomar
a vacina?
Usar roupas claras e compridas, evitar usar
perfumes, pois podem atrair o mosquito, usar repelentes, evitar visitar as
áreas de risco e sempre fechar janelas e portas, principalmente se a pessoa
morar em uma área com ocorrência de casos de febre amarela. No caso de bebês
com menos de dois meses, quando o uso de repelente não é indicado, a
recomendação é usar um mosquiteiro em volta do berço e manter o ambiente
fechado e fresco.
- As gestantes não devem se vacinar em nenhuma
situação?
Usualmente as gestantes não devem ser vacinadas
para a febre amarela. Em situações especiais de risco, que deverão ser
avaliadas individualmente, a vacina pode ser indicada para gestantes. Vale
reforçar que as medidas protetoras contra a picada do mosquito transmissor
deverão ser utilizadas, particularmente, por aqueles com impossibilidade de
receber a vacina.
- Se a mulher se vacinou e não sabia que estava
grávida, quais os riscos que ela corre e o que deve fazer?
Ainda que não recomendada na rotina para mulheres
grávidas, quando utilizada na gestação, a vacina não demonstrou correlação com
malformações do bebê e nem maior risco de abortamento. Caso tenha recebido a
vacina inadvertidamente durante a gestação, o ideal é informar ao médico para
que ele faça um acompanhamento adequado.
- Na amamentação, qual a recomendação em relação à
vacina para febre amarela?
Mães amamentando bebês com menos de seis meses de
vida, como regra geral, não devem ser vacinadas. Porém, aquelas que vivem ou
necessitam circular em áreas de risco, poderão ter que se vacinar. Nessa
situação, a amamentação deverá ser interrompida por dez dias após a aplicação
da vacina. Mães que amamentam bebês maiores de seis meses não necessitam
interromper o aleitamento, caso recebam a vacina.
- Qual a diferença entre a febre amarela urbana e a
silvestre?
Do ponto de vista dos sinais,
sintomas e do vírus causador, trata-se da mesma doença. O que as difere é a
forma de circulação e o mosquito transmissor. No ciclo urbano o Aedes
aegypti é o principal mosquito vetor. No ciclo silvestre, a febre
amarela é transmitida por mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes.
Com a introdução da vacina em 1937 e com grandes campanhas de erradicação do
vetor, conseguiu-se o controle e a eliminação da doença de ciclo urbano, sendo
os últimos casos registrados no Acre em 1942.
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