No início do mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) reuniu-se e, pela 11ª vez consecutiva, decidiu baixar a taxa Selic, que agora opera em 6,75% ao ano.
O índice, que chegou ao menor nível da história, não surpreendeu os analistas financeiros, mas para alguns empresários –especialmente os que têm pequenos e médios negócios – trouxe uma dúvida: o que isso muda?
Em tese, a redução da taxa
básica estimula a economia, pois os juros menores barateiam o crédito e, como
consequência, incentivam a produção e o consumo em um cenário de movimentação
econômica fraca. Assim, para os empreendedores que passam por dificuldades
financeiras ou têm projetos entravados por falta de investimento, a situação
tende a melhorar, já que as taxas para conseguir crédito caem.
Mas, na realidade, as
pequenas e médias empresas não têm sentido os efeitos da baixa da Selic.
Os juros do cheque especial e do cartão de crédito, por exemplo, ainda alcançam
níveis absurdos; e, ao que parece, o cenário não mudará a curto prazo.
Felizmente, essa situação
propicia o crescimento de outras instituições financeiras que oferecem
verdadeiros benefícios aos empreendedores: as fintechs. Além da possibilidade
de juros mais baixos, essas startups diferenciam-se por proporcionar
praticidade e agilidade – qualidades fundamentais àqueles que procuram crédito
para aperfeiçoar ou, em muitos casos, garantir a sobrevivência do negócio no
mercado.
Os números refletem o
fortalecimento dessa tendência que, ao que tudo indica, veio para ficar. Entre
2016 e 2017, o número de fintechs no país cresceu 140%, de acordo com a
Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs).
Os reflexos da crise,
aliados à falta de tempo que atinge a rotina dos empresários, faz com que, cada
vez mais, os processos precisem ser desburocratizados para atender às
necessidades de quem empreende. Às instituições financeiras, portanto, cabe
aprimorar constantemente os serviços para conquistar esse público. Mas, afinal,
quem ganha em meio a essa competição? Quem souber inovar mais e,
principalmente, as PMEs, que desfrutarão do aperfeiçoamento dos serviços
disponíveis.
Alexandre
Góes - diretor de Meios de Pagamentos da TrustHub, fintech
especializada na antecipação de recebíveis a PMEs.
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