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quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Mimar não é a melhor forma de amar



 
Crianças mimadas crescem egocêntricas e não respeitam a autoridade dos adultos

 
Atualmente, é muito comum ver crianças nos corredores do shopping, supermercados ou em uma loja de brinquedos dando um "show" de berros, choros ou se debatendo no chão, porque querem alguma coisa e seus pais não querem ou não podem dar. Para minimizar essa vergonha em público, os pais ou adultos que acompanham a criança acabam cedendo, e aí o jogo fica 1 x 0 para a criança, que na próxima vez já saberá o que deve fazer para conseguir o que quer.

De acordo com Valéria Ribeiro, coach familiar, "existem vários fatores que levam uma criança a ser mimada e todos eles estão relacionados aos comportamentos dos adultos que convivem com essa criança, indo desde a superproteção até uma certa negligência. Entre esses fatores estão: o desacordo dos pais sobre qual método de educação usar (rivalidade entre o casal); sobre algo que é proibido em um dia e permitido em outro; pais muito ocupados que querem compensar o filho pela sua ausência, dando presentes e realizando desejos além do que é normal (aniversário, Natal ou um dia especial); medo de que aconteça algo muito ruim para o filho; pais que tratam seu filho como um bibelô; pensam que os filhos têm que ter tudo aquilo que os pais não tiveram; e, medo de não serem amados ao dizer "não", frustrando os desejos da criança", explica.

A questão é que os pais só entenderão que têm um filho mimado muitos anos depois, quando os caprichos da criança se tornarem normais e suas demandas aumentarem. "A criança mimada é aquela que não aceita uma frustração e sempre reage querendo se posicionar no centro das atenções.

São vários os sinais que indicam que uma criança é mimada:

•       Quando os pais acreditam que o filho está sempre certo, independentemente da situação, e mesmo que o filho esteja errado;

•       Dependência exagerada dos pais para tomada de decisão (superproteção);

•       Dificuldade em dividir;

•       Birras frequentes;

•       A criança só come a comida favorita dela;

•       Nunca ajuda os pais ou outra pessoa;

•       Mostra desagrado com frequência;

•       Usa de manipulações;

•       Sempre precisa ser convencida e persuadida;

•       Não aceita não como resposta.

Há uma diferença entre mimar e dar afeto. É preciso encontrar o equilíbrio entre dar afeto e situações em que a vontade dos pais deverão prevalecer, não por serem pais autoritários, mas por saberem o que é melhor para a criança naquele momento. Segundo a especialista, "o mimo é quando a criança é tratada com carinho excessivo, satisfazendo todas suas vontades. Mimar uma criança é amar do jeito errado.

Criança que é mimada tende a não respeitar regras quando for adolescente ou adulto, afinal ela foi criada como a 'dona do mundo' e tudo o que ela deseja deve ser satisfeita", destaca. Além de que, na fase da adolescência ela pode passar a ter comportamentos de risco ou desenvolver comportamento delinquentes, tais como praticante de bullying, pois foi tratada como "realeza" a vida toda e não tolera que outra pessoa não concorde com seu jeito de pensar e agir.

"Apesar dos pais acreditarem que uma criança mimada não tem mais solução, isso não é verdade, mas é certo que dará bastante trabalho e exigirá persistência, paciência e determinação dos pais para que os comportamentos e atitudes mudem, até o ponto em que a criança reconhecerá e respeitará os limites a ela imposto. Durante o processo de reeducação fale com voz calma, mas firme, diga a criança o quanto a ama, mas que seus comportamentos errados devem ser corrigidos.
Converse com toda a família, isso inclui avós, tias e babás, sobre a reeducação e a importância para a criança, para que suas atitudes não caiam por terra por ter algum adulto que está satisfazendo as vontades da criança secretamente", finaliza a coach.





 Valéria Ribeiro - Coach familiar, especializada em psicologia e desenvolvimento humano





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