Quantas vezes saímos de casa para ir
ao trabalho com a sensação de fadiga, queixas de estresse, ansiedade e, até
mesmo, com doenças físicas? Além de prejudicar a saúde esses sentimentos
aumentam a desconfiança a respeito da profissão que escolhemos, já que podem ser causados por fatores como: excesso de tarefas, medo da
demissão, conflitos interpessoais no ambiente de trabalho, percepção de não
conseguir alcançar os objetivos estabelecidos e desequilíbrio entre o
desempenho exigido e a crença de não possuir as capacidades necessárias.
Com o passar dos anos, a
distância entre as expectativas profissionais e as limitações pessoais pode
ficar cada vez maior na nossa cabeça e, assim, criar um profundo mal-estar.
Para melhor compreendermos todos esses sentimentos, vou contextualizar com uma
explicação sobre a origem do trabalho: por muito tempo, os gregos e os romanos, por exemplo,
consideravam-no uma obrigação servil, destinada aos escravos e prisioneiros.
Apenas a partir de 1700, o trabalho começou a se tornar uma atividade cada vez
mais difundida entre todas as classes sociais e, gradualmente, uma mudança
ocorreu na representação desse conceito. Deste modo, começaram a enxergá-lo
como uma atividade digna, orientada a atingir objetivos e realizações.
Todo este cenário está relacionado à
origem etimológica da palavra “trabalho”. No latim, “tripalium” denomina
um instrumento de tortura e “labor” (lavoro, em português) significa
esforço, dor e pena. Ou seja, ambos têm como raiz uma conotação emocional
amarga, dolorosa, negativa, de sofrimento, fadiga, exploração,
punição e restrição da liberdade individual.
Felizmente, a concepção
contemporânea de trabalho orientou-se em direção a ideias opostas, que
apresentam uma visão como algo direito do ser humano, espaço para a valorização
dos talentos e capacidades individuais, criatividade, satisfação profissional e
realização pessoal. Entretanto, em alguns momentos da nossa vida, pode
parecer que o trabalho lembre mais o significado da antiguidade e esteja mais
relacionado à punição do que a realização.
O importante nesta questão é saber
equilibrar as “identidades” profissional e pessoal. Conhecer a si mesmo, saber
seus fatores individuais de caráter e pensá-los em conjunto com os aspectos
ambientais da organização da empresa, ao conteúdo profissional e à relação com
a equipe podem ser pontos importantes de reflexão para viver o trabalho não
como um peso e um castigo, mas como um espaço de realização e satisfação
pessoal.
Eduardo Shinyashiki -
mestre em neuropsicologia, liderança educadora e especialista em
desenvolvimento das competências de liderança organizacional e pessoal. Com
mais de 30 anos de experiência no Brasil e na Europa, é referência em ampliar o
poder pessoal e a autoliderança das pessoas, por meio de palestras, coaching,
treinamentos e livros, para que elas obtenham atuações brilhantes em suas
vidas. Mais informações: www.edushin.com.br
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