De acordo com especialistas da Comissão Científica de Tabagismo da
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), cerca de 82
substâncias presentes na fumaça do narguilé foram identificadas como tóxicas
para a saúde.
A discussão sobre os males do tabagismo à saúde está mais
acalorada este mês no Brasil. O Dia Nacional de Combate ao Fumo (29/08) é o
momento de a SBPT transmitir informações para desencorajar o uso de produtos
atrativos para os jovens e nocivos ao organismo, que incluem não somente os
flavorizantes no tabaco e o narguilé, mas também o cigarro eletrônico e
aquecido (proibidos no Brasil).
De acordo com o pneumologista Dr. Carlos Alberto de Assis Viegas,
o conteúdo de alcatrão, nicotina, monóxido de carbono (CO) e metais pesados é
consideravelmente maior na fumaça do narguilé em comparação com a do cigarro.
Outras substâncias químicas originadas a partir da queima do carvão são
potencialmente cancerígenas, como o benzopireno, por exemplo.
Estudos confirmam presença de atividade biológica pela fumaça do
narguilé, comprometendo o crescimento e a regeneração celular. “A fumaça
do narguilé pode desencadear Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e doença
vascular, além de induzir inflamação, estresse oxidativo e envelhecimento
celular precoce”, alerta o Dr. Viegas.
Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) adiou, mais
uma vez, a deliberação sobre a proibição dos aditivos de sabor no tabaco. Há
cinco anos da publicação da RDC 14/2012 pela Anvisa, suspensa pela ADI 4874, os
profissionais da saúde aguardam por esta votação, que representaria mais um
passo para um novo rumo em prol do controle do tabagismo no país e proteção dos
jovens brasileiros.
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