Retração no volume de vendas, de negócios
efetivados, e redução na procura por alguns serviços, esse é o ônus que a crise
que o Brasil atravessa deixa para vários setores. Mas será que a estagnação do
mercado é mesmo causada exclusivamente pelo cenário macroeconômico? A crise
acarreta inúmeros problemas, mas também é uma oportunidade para rever a forma
como empresas estão gerindo seus projetos, seus funcionários e principalmente
qual cultura cultivam dentro das organizações. A volubilidade obriga a
revisitação a velhos - e muitas vezes nem tão bons -, costumes, o caminho é
quase sempre ‘enxugar’. Enxugar gastos, enxugar fornecedores e, muitas vezes,
enxugar o quadro de funcionários.
Mas, melhor do que desligar funcionários,
fazer uma análise verdadeira e profunda da utilização do tempo do colaborador e
da sua capacidade produtiva talvez seja o melhor caminho para resultados
efetivos. Priorizar demandas com base na geração de valor, simplificação de
processos, adequação da capacidade de entrega dos colaboradores e entrada de
demandas no momento adequado se mostram como uma solução viável para melhoria
de performance baseada em pessoas.
O método Lean Service faz isso, estimula as
pessoas a serem disciplinadas e proativas, a terem mais autonomia de ação e a
evidenciarem os erros cometidos em seus processos de gestão de forma aberta e
sem constrangimento, o que torna viável encontrar soluções para os problemas. O
foco dessa filosofia está nas pessoas. É por meio do pleno envolvimento dos
colaboradores com o trabalho da empresa que é possível vislumbrar oportunidades
de melhorias contínuas e ganhos sustentáveis.
Se trabalhar com os recursos certos no
tempo certo é importante para empresas que não enfrentam dificuldades,
incorporar um pensamento enxuto em tempos de crise parece fazer ainda mais
sentido. O Lean Service tem o objetivo de melhorar o desempenho das
organizações, transformando a maneira como as pessoas gerenciam e resolvem
problemas.
O Lean busca, antes de mais nada mais
eficiência na gestão e permite às empresas e profissionais que atuam segundo o
método fazerem mais com menos, com mais qualidade, agilidade, sustentabilidade
e de forma segura e adaptável. A filosofia do Lean prega a eliminação de
desperdícios, fazer sempre mais e melhor. O modelo de gestão baseado nesse
pensamento propõe também uma dinâmica de solução de problemas, ou seja, de
melhoria contínua mirando sempre nas oportunidades e como é possível melhorar a
entrega.
Com a implementação do ‘pensamento enxuto’
as empresas passam a ter mais consciência das suas atitudes e isso agiliza o
processo de tomada de decisão, uma vez que eles passam a ser realizados por um
método que controla a produção ou execução de tarefas, permitindo um fluxo de
trabalho regular, ininterrupto, sem atrasos ou retrabalho.
Produzir a partir do pensamento Lean requer
das pessoas colocarem-se no lugar do cliente, enxergarem a partir da ótica
dele. Valor é o que gera valor pra ele.
Com esse entendimento deve-se melhorar
a sequência de atividades que geram valor para o cliente; depois essas
atividades devem ser realizadas ininterruptamente. As demandas devem ser
realizadas sempre que alguém solicita – demanda puxada e não empurrada, e de
forma cada vez mais eficaz.
Fazer parte do movimento Lean não é apenas
adaptar-se a novos métodos ou novas ferramentas de trabalho. É adaptar-se a uma
nova cultura. Lean requer um comprometimento permanente de todos para que sejam
alcançadas melhorias de processos e, acima de tudo, mudanças no comportamento
das pessoas.
Nathalia Hauache - diretora da Ekantika (www.ekantika.com.br),
consultoria especializada em catalisar processos de mudanças, avaliar e
potencializar modelos de gestão, desenvolver e implementar soluções sob medida.
Responsável pela Ekantika Academia de Performance, braço da empresa que
disponibiliza às mais diferentes esferas das organizações treinamentos com
conteúdos customizados, ministrados por um time de especialistas, com o objetivo
de transformar o aprendizado em resultados para o negócio, Nathalia tem uma
carreira construída em grandes companhias do varejo financeiro, como Itaú e
HSBC, além de empresas de consultoria de negócios. Além da Academia de
Performance, a profissional dirige na Ekantika projetos de Estratégia, Cultura,
Change Management, Transformação Digital, Governança e Six Sigma.
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