Parte dos escritórios compartilhados hoje já
aceita que os frequentadores levem seus pets ao trabalho; especialista em
coworking Bruna
Lofego lista cuidados a serem tomados antes de aderir ao modelo
Crédito: Shutterstock
Muitos
formatos de coworking ainda estão sendo testados no Brasil em todo o mundo, por
se tratar de um modelo de negócio relativamente novo. O que funciona e aquilo
que não dá certo em escritórios compartilhados ainda gera muitas dúvidas.
Permitir ou não que os usuários levem seus pets ao trabalho é uma dessas
questões.
"Estima-se
que hoje 26% dos coworkings são pet friendly", comenta Bruna Lofego,
especialista em escritórios compartilhados e pioneira do ramo no Brasil.
"Esse pode ser um diferencial importante --tanto para o empreendedor como
para os clientes--, pois o mercado pet, como o de escritórios compartilhados,
parece desconhecer a crise", avalia ela.
O
mercado pet vem crescendo 5% ao ano, mostrando o potencial para esse tipo de
negócio. Um levantamento do IBGE mostrou que 62% das residências têm pelo menos
um cachorro ou gato, e muita gente gostaria de levar seu pet para o trabalho.
No
entanto, para abrir esse tipo de coworking ou para escolher trabalhar em um, é
necessário ter alguns cuidados. “O empreendedor que está disposto a investir em
um coworking pet friendly precisa ter um projeto adaptado a esse nicho. Por
outro lado, aquele que procura um ambiente amistoso para o seu animal deve
ficar atento a algumas questões para não comprometer o bem-estar do animal”,
alerta Bruna.
Confira
pontos que merecem atenção, segundo a especialista:
Projeto
adequado aos pets
Crédito: Shutterstock
Em
uma casa, o espaço para os pets será mais facilmente adaptado do que em um
escritório comercial. “Tudo dependerá de como o projeto for desenvolvido. Há
detalhes que precisam ser esclarecidos para que o espaço não seja desperdiçado,
nem corra o risco de ser interditado pela vigilância sanitária”, explica Bruna.
Em
São Paulo, por exemplo, existe uma lei que proíbe a permanência de animais em
estabelecimentos que manipulem, fabriquem ou preparem alimentos. "Se você
quer um espaço dedicado aos animais, precisa pensar que sua cozinha deve ficar
isolada do restante, por questões de higiene", comenta.
Segundo
a especialista, é mais fácil colocar tudo isso no papel antes de iniciar o
projeto do que adaptar um coworking já em funcionamento. “Esse tipo de
aperfeiçoamento, porém, não é impossível”, avalia ela.
Limpeza
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Um
local por onde circulam animais precisa ser constantemente administrado, e o
cuidado com a limpeza deve ser redobrado.
"É
preciso ter um espaço coberto e arejado, com ponto de água para facilitar a
limpeza e funcionário de limpeza dedicado a esse espaço, de preferência
treinado para higienizar bem o local, evitando o mau odor."
Além
disso, é preciso estabelecer regras básicas de convivência, como, por exemplo,
que cada dono se responsabilize por limpar qualquer sujeira feita por seu pet.
“Tratando-se de animais, por mais treinados que sejam, isso sempre pode
acontecer. É preciso criar um regulamento e deixá-lo bem visível, para que não
haja desculpas para não segui-lo. Caso um frequentador desrespeite as regras
repetidamente e prejudique a boa convivência, cabe pensar em suspender o
direito de levar seu pet”.
Barulho
não pode atrapalhar trabalho
Crédito:
Shutterstock
Escritórios
compartilhados são, acima de tudo, locais de trabalho. Latidos constantes e
outros barulhos produzidos pelos animais podem interferir negativamente em
contatos por telefone ou reuniões importantes.
"Por
mais que os pets sejam educados, é preciso que o espaço os mantenha a uma certa
distância de certos locais, como por exemplo salas de reunião ou cabines para
conferências por telefone. Desta forma, a chance de atrapalharem alguma
atividade será menor", sugere Bruna.
Pets
devem ser sociáveis
Crédito: Shutterstock
Nem
sempre sabemos se o animal é dócil mesmo --muitas pessoas pensam que seu pet é
manso, mas não é. Ele também pode ficar estressado e mudar de comportamento em
um local que desconhece. Os que já são muito agitados podem, inclusive,
machucar outros sem querer.
“Algumas normas usadas em
outros espaços pet friendly podem ser adaptadas ao mundo do coworking. Em
geral, exige-se que o pet seja dócil o suficiente para conviver com outros
animais e com os coworkers, e esteja com todas as vacinas em dia. Caso note-se
que o animal não é sociável, deve haver uma regra estabelecendo que não poderá
mais frequentar o espaço. Dessa forma, a segurança de todos fica garantida”.
Bruna Lofego – Possui mais de seis anos de
experiência em coworking. Atualmente é CEO e Founder da CWK
Coworking, que conta com quatro espaços, localizados em Minas Gerais e São
Paulo. Considerada como uma especialista no segmento, lançou em 2016 o curso Como
Montar seu Coworking, atraindo empreendedores e investidores de todo o Brasil
interessados em abrir um espaço compartilhado.
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