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quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Agulhas do bem



Para muitas pessoas, a acupuntura, tratamento feito com agulhas inseridas no corpo do paciente, pode parecer apavorante. Mas a técnica de origem chinesa é praticada há cinco mil anos e no Brasil foi considerada uma especialidade médica pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) e pela AMB (Associação Médica Brasileira) em 1995.

Chamada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) de terapia integrativa, a acupuntura age melhorando a circulação sanguínea e liberando substâncias químicas produzidas pelo cérebro com efeito analgésico e anti-inflamatório. Dessa forma, a técnica age diminuindo e regulando o controle da dor.

“A acupuntura também tem efeito relaxante muscular, sedativo/hipnótico, antidepressivo e é capaz de aumentar a imunidade do corpo, entre outros benefícios”, explica Hong Jin Pai, médico acupunturista, coordenador do Grupo de Acupuntura do Centro de Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e do Comitê de Acupuntura em Dor da Sociedade Brasileira para Estudos da Dor (SBED).

São várias as enfermidades que podem ser tratadas com a acupuntura,
principalmente as dores relacionadas ao sistema músculo-esquelético. Mas a técnica também traz bons resultados nas dores nas costas, em hérnia de disco, osteoartrose, tendinites e fibromialgia.

Sem contraindicação, a acupuntura pode ser feita em pacientes de todas as idades, inclusive em crianças, sem que sejam relatados efeitos colaterais, e em pacientes imunodeprimidos, que muitas vezes têm problemas com a medicação.

“Pessoas com hipersensibilidade aos remédios, com efeitos colaterais graves,
como alterações do rim e estômago, além de náuseas e vômitos, devem ser
tratadas com acupuntura, pois o tratamento ajuda o paciente a diminuir a quantidade
de medicamentos diários, o que reduz a ocorrência e a gravidade desses efeitos indesejados”, afirma o doutor Pai.

Em casos de dores leves a moderadas, principalmente as musculares, a acupuntura pode ser um tratamento isolado eficaz, muitas vezes sem necessidade de remédios de uso contínuo. Em casos de dores crônicas, com a técnica chinesa os analgésicos passam a atuar melhor. “Provavelmente porque há redução da intensidade da dor e do processo inflamatório. Quando não há melhora da dor crônica após cinco sessões de acupuntura ou redução de pelo menos 50% da sua intensidade, deve-se otimizar o tratamento da dor crônica com outros tipos de medicamentos, que irão atuar no cérebro para modular a dor, como antidepressivos”, explica o especialista.

E para quem tem pavor de picadas no corpo, a boa notícia é que a grande maioria dos pontos de acupuntura é indolor, já que a ponta não é cortante e pode ser até dez vezes mais fina que uma agulha de injeção. “Em alguns casos, como os pontos estão localizados próximos a terminações nervosas, pode haver um leve desconforto momentâneo”, adverte o médico.

“Um estudo inglês acompanhou mais de 34 mil atendimentos de acupuntura
em um mês, e não houve relatos de efeitos adversos graves. Segundo o estudo, ocorreram pequenos hematomas e pequena dor local após a sessão em menos de 2% dos pacientes, o que faz com que a acupuntura seja uma terapia mais segura que os medicamentos”, ressalta o doutor Pai.





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