O
sentimento de medo, invariavelmente sempre está a rondar a cabeça do
homem. Embora haja períodos de maior ou
menor incidência deste sentimento tão nefasto à saúde, de maneira geral, as
pessoas sofrem demasiado em função de suas angústias e medos.
E
bloqueiam sua vida.
O
medo quando não enfrentado, pode assumir níveis de grandeza suficientes para
desencadear doenças psíquicas sérias que redundam em estados de desânimo,
fobias, depressão e síndrome de pânico.
O
resultado é que a vida passa a ser um martírio, uma inquietude permanente onde
a alegria de viver se esvai, e com muita frequência, estas anomalias mentais
induzem tamanha confusão na cabeça, que alguns indivíduos creem não existir
nenhuma solução para o seu problema.
Daí
para realizar um atentado contra a própria vida é apenas um passo.
E
um fator complicante neste processo é o isolamento. Pessoas neste estado devem procurar amigos e
abrir seu coração, dizendo com clareza a sua dificuldade e clamando por ajuda.
Isto
é compreensível e lógico porque temos que saber lidar com nossas fragilidades.
Assumir nossa fragilidade é o primeiro passo.
Há
tempos atrás presenciei uma cena típica de alguém que efetivamente precisa de
cura interior (cura da alma como prefiro manifestar), pois não tem controle
sobre seus medos. Vejam o que ocorreu:
Estava
em meu trabalho demonstrando um produto a um casal e o negócio estava
praticamente concluído. O produto ofertado satisfazia a necessidade deles, com
preço bom e dentro do orçamento dos compradores. Em determinado momento da negociação,
porém, a esposa do cliente começou a sentir-se desconfortável e passou a
sussurrar algumas palavras ao marido, e percebi que o entusiasmo do casal
esfriou. Alguns instantes depois a
esposa interrompe a conversa e chama seu marido para conversar a parte, mas
estava visivelmente perturbada. Logo
após, ele vem a mim e diz:
Olha
Sr. João, nós pensamos melhor e consideramos que não devemos concluir este
negócio. Minha mulher não está bem e entendemos que é um sinal para não
fecharmos nada neste momento. Eu sei que o produto é bom e eu lamento, mas...
Bem,
eu conhecia o casal há algum tempo e ponderei que naquele instante não deveria
insistir. Melhor seria apresentar outra
possibilidade, noutra ocasião. Percebera
que a mulher cujo rosto mostrava a angústia que sentia, tinha um medo muito
maior que aquele de fechar o negócio que planejáramos.
Observe
que nas ocasiões em que estamos fora de nosso estado emocional normal, nas
ocasiões em que somos penalizados pelo medo, todas as nossas ações, todos os
nossos pensamentos e capacidades de raciocínio são limitados, e chegam ao nível
da mediocridade porque a angústia nos cega, nos bloqueia, nos deixa impotentes
e humilhados frente ao fracasso de nosso comportamento.
O
medo é uma prisão sem grades, mas de poderosas amarras individuais e só o
desafio de enfrentá-lo com coerência e lucidez, romperá estas amarras e o
levará ao caminho da luz, do entendimento e da sabedoria.
Perder
um negócio me incomoda um pouco. O que
me incomoda muito é presenciar que existem milhões de pessoas transtornadas
pelo medo, dificultando suas vidas e sofrendo na pele as agruras deste
sentimento tão devastador, porque não se estruturam para lidar com isso. E a
maioria sofre em silêncio...
Medo
todos nós temos. Bem dosado até é
saudável porque não nos expomos demasiado.
Entretanto quando necessário, enfrente seus medos e domine-os,
mantendo-os sob seu controle.
Chorar
é muito bom, às vezes. Abrir-se para o
mundo e para as pessoas é muito bom, sempre.
Ajudar
o próximo e sentir-se útil para alguém é sublime. Amar e sentir-se filho de DEUS é a glória.
Reflita
mais sobre o real significado da vida. Num mundo conturbado pela ganância e
pelo egoísmo, procure ser diferente. Ore
com mais frequência e tenha DEUS em comunhão com você.
Esta
é uma terapia e tanto!
João
Antonio Pagliosa
Eng.Agrônomo
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