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sexta-feira, 21 de julho de 2017

A ORDEM É BRINCAR



Desde antes dos nossos filhos nascerem, a palavra principal para que tudo corra bem é disciplina. Horários dos exames, consultas, amamentação, dormir, escola, tudo é milimetricamente encaixado na rotina da casa e da criança. No entanto, existe um momento onde as regras não existem e os pais ficam tranquilos: a hora de brincar.

Claro que um ambiente seguro e sem riscos de danos físicos é extremamente importante, não digo que os pequenos podem brincar que sabem voar e tudo bem. Falo em um plano mais abstrato, na cabeça das crianças, onde tudo pode e não há pais, professores ou coleguinhas que possam comentar ou censurar nada.

Vamos lembrar de nós, das coisas engraçadas e absurdas que achávamos quando éramos menores, das ideias que tínhamos e como isso nos ajudou a conhecermos nós mesmos. Com os nossos filhos não é diferente. Brincar é coisa séria e devemos valorizar essa atividade para que eles se desenvolvam e explorem todas as possibilidades do mundo que os cerca.

O fato é que nem sempre podemos acompanhar tudo. Eles passam boa parte do tempo brincando sozinhos em seus quartos, onde criam histórias, desenham, assistem desenhos, jogam e não devemos nos preocupar com isso especificamente. É saudável que eles tenham o seu espaço, seu período de criatividade e de individualidade. Se nós adultos, vez ou outra, precisamos de um tempo sozinhos para nós, imagine uma criança que vive cercada por outras pessoas. Claro que algumas coisas precisam e devem ser observadas, mas precisamos ensina-las o quanto o respeito a sua individualidade é importante e o quanto esse período gerará responsabilidade.

Hoje em dia são cada vez mais comuns vídeos onde outras crianças ou adultos brincam com brinquedos, sem edições elaboradas ou efeitos. Um vídeo caseiro de bonecas sendo manipuladas e dubladas, mais conhecido como “brincar de mãe e filhinha”, pode bater três milhões de visualizações em 15 dias. Analiso que a experiência do brincar, esteja de alguma forma, sendo terceirizada, e isso é preocupante. Não deixemos que eles percam seu preciosíssimo tempo de brincadeiras e vivam tudo por uma tela, pelos olhos de outras pessoas. 

Passividade não existe nessas horas e o tempo dedicado a esses vídeos é algo que insisto que deva ser controlado. Orientar que aquela historinha do vídeo é legal, mas que eles podem criar suas próprias histórias com seus próprios personagens. Usar esses vídeos como um estímulo e não como opção de atividade é essencial e corrobora para o desenvolvimento da criança.

O clichê é verdadeiro e cruel: essa época não volta. Não vamos poder recuperar o tempo de brincadeira de nossos filhos no futuro. Precisamos preservar isso e não há melhor momento que o agora.






Fabiany Lima é fundadora do Timokids, aplicativo multilíngue de educação que ajuda pais e professores, por meio de histórias e jogos, a conversar com as crianças sobre questões importantes que devem enfrentar durante o crescimento.





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