Ultimamente
a cidade de Londres tem sido palco de muitos ataques terroristas. O mais
recente deles foi o que sofreram os frequentadores de uma mesquita, como se os
britânicos houvessem dado “o troco” pelos atentados outrora perpetrados contra
cidadãos comuns, praticados e elaborados por extremistas muçulmanos.
É
interessante observar – e isso posso falar com propriedade, pois vou a Londres
com frequência – que há grande tolerância dos britânicos para com o islamismo.
Como paulista, estou acostumado a frequentar vários shopping centers e, quando estou em
Londres, basta uma chuvinha e lá vou eu para meu shopping preferido, o Westfield Shepherd’s
Bush, sem dúvida o maior shopping
center da Europa. Lá é possível encontrar um bom número de
muçulmanos de grande poder aquisitivo e muitos outros trabalhando em lojas.
No
bate-papo que geralmente tenho com pessoas comuns, britânicos em geral e com
taxistas, noto que para eles os muçulmanos são pessoas pacíficas. O que é
verdade quando falamos de Londres. Na realidade, a maioria é quieta, fala
pouco, não bebe, e isso para o inglês comum é um tipo de virtude. Mas de
repente surge um ataque extremista, como vimos nos últimos tempos.
O
que nos leva a uma reflexão neste momento é que a religião, seja ela qual for,
deve ser baseada na paz, e o que estamos vendo em Londres, contudo, é o início
de um conflito religioso, ou seja, islamismo versus
valores ocidentais. A partir desse ataque à mesquita, tem início um conflito no
qual a semente da vingança pode brotar e criar raízes profundas. Isso, para
nós, ocidentais, mesmo para os de origem judaica como eu, é péssimo, pois pode
se tornar um ciclo vicioso de “olho por olho e dente por dente”. Nós, judeus,
conhecemos bem dois aspectos da história da humanidade: o antissemitismo e o
antissionismo – uma nova forma de antissemitismo – e aprendemos com muitas
lágrimas a lidar com essa questão. Além disso, fomos ocidentalizados durante
muitos anos e nunca, jamais, fizemos da nossa cultura algo que não elevasse os
valores morais da humanidade.
A
grande questão é que o terrorismo na Europa é coisa nova, e todo esforço
europeu deve ser empreendido para o diálogo e para a segurança. Às vezes,
quando caminho pelas frias ruas de Londres, penso em quão seguro é estar em
Israel hoje em dia. Não há o que temer, pois notícias tenho de que até o Isis
teme nosso exército. Mas chegamos a esse ponto à custa de muito sofrimento,
angústia, mortes e, acima de tudo, de nossa fé inabalável na grandeza de sempre
nos colocarmos como parceiros de D’us neste mundo que precisa agora de muita
paz, ética e generoside.....
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