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sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Trocar de escola pode traumatizar meu filho?




No fim do ano, essa questão pode preocupar os pais. A resposta depende de como eles conduzirão o processo


 Pátio interno da Faces Bilíngue

Chega a hora em que você decide trocar seu filho de escola. Seja qual for o motivo, você sente a necessidade de levá-lo para um novo ambiente e ele está angustiado, afinal, as mudanças costumam causar estranhamento, insegurança e medo. “A criança está habituada ao ambiente escolar. Ela já conhece os professores, a direção da escola e se apegou aos colegas. Tudo será novo e o que é novo realmente pode ser assustador, ao menos no começo. Essa adaptação precisa ser trabalhada, principalmente nas crianças menores, mas os mais velhos também precisam do apoio dos pais”, ensina Katarina Bergami, Pedagoga, Coordenadora Educacional da Faces Bilíngue, escola situada no bairro de Higienópolis, em São Paulo, que há quase 20 anos educa crianças dos 4 meses aos dez anos.

Katarina diz que os pais precisam entender, primeiramente, que a criança precisa de um tempo para se adaptar ao novo e que cortar o vínculo com a escola antiga e as pessoas que lá estão pode ser a pior atitude. “Na Faces, sugerimos aos pais que levarão a criança para outra escola que tragam a criança aqui ao menos uma vez na semana, no primeiro mês, para nos visitar. Isso faz com que ela se desvincule aos poucos e perceba que algo em sua vida mudou. Ela não sentirá tantas saudades e verá que os novos amigos são tão legais quanto os que ela deixou aqui. Percebendo que o ambiente mudou – afinal, ela não estará mais inserida no contexto da escola antiga, não usará mais o uniforme, não fará mais as mesmas atividades, será apenas a visitante – , verá que agora faz parte do atual contexto, da nova escola, e se sentirá parte do novo grupo. É uma transição importante e ela mesma decidirá que não faz mais sentido visitar a escola antiga. Esse vínculo se romperá por ela mesma. Ao contrário, se os pais cortarem o vínculo abruptamente, ela sofrerá, sentindo saudades e desejando voltar à situação anterior tão querida”, aconselha.

Na escola nova, também vale o adulto acompanhar a criança nos primeiros dias, especialmente as menores. “É um erro a escola determinar o tempo que o adulto deve acompanhar a criança na adaptação, até porque cada criança e cada adulto demora mais ou menos para se adaptar ao novo e para confiar na escola. Aqui na Faces, sabemos que na segunda ou terceira semana, os pequeninos já se adaptaram, enquanto os maiorzinhos levam dois ou três dias. Em muitos casos, não é uma questão de idade, mas de personalidade. De qualquer maneira, não determinamos um tempo, deixamos as famílias à vontade”.


Cada idade, uma necessidade

Katarina Bergami conta como acontece a adaptação na Faces:


Berçário

Os bebês são recebidos pela Faces a partir dos 4 meses de vida. Em geral, as mães ou avós fazem a adaptação da criança ao berçário. “Temos câmeras no berçário, para que a família acompanhe o bebê o tempo todo”, comenta Katarina. O familiar do bebê pode ficar em período de adaptação o tempo em que achar necessário, acompanhando todos os processos realizados com a criança.


Crianças em idade pré-escolar

Quando a criança é maiorzinha e interage com a sua turma, é normal que fique no colo de seu familiar nos primeiros momentos. A professora e o próprio familiar a estimulam a participar das atividades, sem forçá-la, e ela vai criando coragem e confiança nas pessoas, no ambiente e nas outras crianças, preparando-se para estar ali sem a presença de seu familiar. “Em diversos momentos, ela se afasta do adulto, interage com as outras crianças, as brincadeiras, os objetos e o professor, depois volta ao colo do familiar. Aos poucos, aquela pessoa da família fica cada vez menos necessária na escola e pode deixar a criança. A adaptação é tranquila e sem traumas”.


Crianças em idade escolar

A adaptação é mais rápida nesta idade, mas também varia de criança para criança. “Aos poucos, a criança pede que o adulto não a acompanhe mais. Em geral, em dois ou três dias, essa presença não é mais necessária e há, também, aquelas crianças mais independentes, que se despedem dos pais no primeiro dia, sem que haja qualquer necessidade de adaptação.


A adaptação familiar

Katarina Bergami diz que, muitas vezes, a insegurança é da própria família. “Os pais precisam entender que seus filhos não são incapazes, impotentes. As crianças, mesmo quando não sabem falar, conseguem se comunicar por gestos e sons. Não passarão fome, sede ou sofrerão agressões. Essa adaptação da família é necessária, mas é muito mais psicológica do que prática. É preciso deixar que o processo ocorra naturalmente e confiar em quem cuidará da criança, para que ela também confie na escola”, aconselha.


Faces Bilíngue


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