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terça-feira, 29 de novembro de 2016

Cera de ouvido: há males que vêm para o bem




O otorrinolaringologista Alfredo Lara, do Hospital CEMA, explica a função e a importância da cera de ouvido. E faz um alerta: muito cuidado no uso de hastes flexíveis


Você acabou de sair daquele banho deliciosamente relaxante e decide coroar o momento zen com uma boa limpeza nas orelhas. Pega a caixinha de hastes flexíveis e não para de cutucar o ouvido até que o algodão saia limpinho, certo? Errado.

De acordo com o Dr. Alfredo Lara, otorrinolaringologista do Hospital CEMA, a cera de ouvido é uma secreção natural que protege o ouvido contra a sujeira e bactérias, evitando infecções. Por isso, é preciso muito cuidado com o uso de hastes flexíveis.  Além de prejudicar o ouvido, por remover sua proteção natural, elas podem danificar o canal auditivo, causando sérios problemas. 

“A cera de ouvido é composta por células da pele (também conhecidas como epitélio), poeira e uma secreção oleosa liberada pelas glândulas sebáceas no canal auditivo, podendo ter pequenas variações em sua constituição de acordo com a dieta, idade e ambiente em que o indivíduo vive. Logo, limpezas regulares são mesmo necessárias, até para manter a saúde do ouvido: o problema está em como isso é feito”, explica o Dr. Alfredo Lara.

O especialista do CEMA ressalta que a intensidade de produção de cera varia de indivíduo para indivíduo e que as hastes flexíveis e a própria toalha de banho podem ser usadas para limpar e secar a parte externa da orelha, também conhecida como pavilhão auditivo externo. Mas que limpezas profundas exigem cuidados profissionais. “A limpeza do canal auditivo deve ser obrigatoriamente realizada pelo otorrino, devido ao risco de lesão ao ouvido. O tímpano dista em média 1,5 a 2,0 cm da entrada do canal auditivo – é uma área muito sensível e frágil, extremamente vulnerável ao trauma. A introdução muito intensa de hastes flexíveis pode lesar essa estrutura e mascarar outras patologias que necessitem de tratamento específico”, esclarece o médico.

As consequências para quem acaba tirando mais cera do ouvido do que deveria variam desde uma pequena lesão do conduto auditivo até a perfuração acidental do tímpano. Quem sente muita coceira ou acredita que produz cera excessivamente deve procurar o otorrinolaringologista, imediatamente. Somente o médico especializado saberá avaliar o quadro e definir se a cera precisará ser removida mecanicamente (ou seja, por meio de aparelhos específicos), por curetagem, aspiração ou lavagem.

“Os pacientes jamais devem tentar realizar limpezas profundas com métodos caseiros, sejam estes passados por parentes mais velhos ou encontrados na internet. Apenas o otorrino pode garantir uma limpeza segura e saudável para o ouvido, sem deixar sequelas,” completa o Dr. Alfredo Lara.




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